DAGUERREOTIPIA
Francisco Moreira da Costa
Um daguerreótipo é uma imagem única realizada sobre uma placa de cobre recoberta de uma fina camada de prata. Sua superfície prateada reluzente mostra, conforme o ângulo do olhar, ora uma imagem negativa, ora uma imagem positiva: é um positivo direto.
(Definição tirada do catálogo PARIS ET LE DAGUERREOTYPE, Paris Musees - tradução livre)
O primeiro processo fotográfico, desenvolvido por Louis Jacques Mandé Daguerre, foi publicado pela Academie des Sciences de Paris em 19 de agosto de 1839. A daguerreotipia surpreendeu o mundo com a sua capacidade de reprodução da realidade, apresentando uma definição que nunca foi superada por outra técnica. Além disso, a daguerreotipia confere à fotografia o status de jóia, pois trata-se de uma imagem formada sobre a prata, um metal nobre, e muitas vezes tratado com uma viragem em ouro, sendo cada exemplar um original único.
Entre os processos históricos a daguerreotipia é a técnica menos revisitada na era moderna. A produção do daguerreótipo requer um envolvimento muito íntimo e particular com o fotógrafo, se trata-se de um trabalho que exige concentração, paciência, minúcia, esmero, determinação e também bastante cuidado, pois lida com químicos perigosos. Por isto o domínio sobre cada etapa é imprescindível mas, apesar disto, a imagem é resultado de uma sutil ligação entre a ciência e a intuição. Escreve o príncipe Adalberto da Prússia em seu diário de 1842 sobre Don Pedro II: “ O imperador mesmo já tinha feito diversas experiências com a daguerreotipia, e era de opinião que o acaso provavelmente desempenharia nela o papel principal...” e Gisèle Freund, historiadora da fotografia, escreve sobre os daguerreotipistas do século XIX : “Com efeito, não só às suas qualidades de artistas, mas também à sua capacidade de artesãos é que devemos a elevada qualidade de sua produção fotográfica.”
Desta forma, atrás de um daguerreótipo está sempre um apurado processo de busca pela qualidade, de autoconhecimento, de perseverança e persistência, além de um íntimo desejo de ver realizada a transformação dos materiais, tal como os alquimistas o almejavam. Por isto o resultado bem sucedido exerce sempre um mágico fascínio.
Oficina de Daguerreotipia
Aracaju 2010
Coordenador: Francisco Moreira da Costa
Carga Horária: 18 horas aulas.
Data: 16 e 17 Curso de conservação e história da fotografia
18 e 19 de setembro de 2010: Oficina de Daguereótipo (08 vagas para os fotógrafos do projeto). Espaço Cultural D’Época. Rua Itabaiana, 740. Fone:3042 6881
A proposta do Studio Século XIX com a Oficina de Daguerreotipia é oferecer uma imersão nesta técnica fotográfica oitocentista, permitindo que cada participante experimente o processo desde o polimento da placa de cobre até obter a imagem sobre a prata.
Os alunos recebem todo o material, inclusive um manual. A Oficina inclui uma palestra teórica e dois dias de oito horas/aula.
Programa
Parte teórica: (Palestra com projeção)
· Daguerre e a história da fotografia
· Daguerreotipia: da Alquimia à Internet
· Descrição do processo
· Aperfeiçoamento do processo
· Fim da era da daguerreotipia no século XIX
· Projeção comentada de alguns daguerreótipos do século XIX
Parte prática:
· Apresentação dos equipamentos utilizados
· Preparação das placas: polimento e prateamento
· Químicos utilizados e os cuidados no seu manuseio
· Sensibilização das placas e cálculo da exposição
· Fotografar
· Revelação
· Fixação
· Montagem
Primeiro Dia:
· Palestra de 2 horas com a parte teórica e projeção.
Segundo Dia:
· Polimento
· Banho de prata
· Preparação para a foto (tema, produção, etc.)
Terceiro Dia:
· Sensibilização
· Fotografar
· Revelar
· Montagem
Cada participante produz um daguerreótipo desde o polimento da chapa, até a sua montagem.
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